Pretendemos plantar no SAF 4 árvores de grande porte da Mata Atlântica, apenas 4, porque a área em que estamos plantando ficará perto de muitas construções e, pra futuramente não danificá-las e terem que cortar as árvores, planejamos logo. Claro que ninguém vai mudar um prédio de lugar por causa de uma árvore, é muito mais fácil mudarem o SAF de lugar, né? “Natureza atrapalha o desenvolvimento”!! ¬¬’
Então, depois desse palco todo, aê vai a matéria do porquê de querermos plantar como uma das espécies o Jequitibá:
Jequitibá extinto em Pernambuco
Publicado em 05.03.2008
Fonte: site da UFRPE
Maior planta entre as espécies da mata foi encontrada no Estado pela última vez há 56 anos, em Paudalho. Registros estão no acervo do IPA
O jequitibá, a maior entre as espécies da mata atlântica, está extinto em Pernambuco. Botânicos não encontram a planta no Estado há 56 anos. Conforme a União Internacional para a Conservação da Natureza, ONG que estabelece os critérios das listas de espécies ameaçadas, o desaparecimento por mais de 50 anos caracteriza a extinção.
Os últimos registros são de 1952 e estão no acervo da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Pernambuco (IPA), no Bongi, Zona Oeste do Recife. O famoso botânico italiano Adolpho Ducke (1876-1959) encontrou a planta no dia 21 de janeiro num remanescente florestal da Usina Mussurepe, hoje desativada, em Paudalho, na Zona da Mata Norte. A ficha da amostra, com anotações do próprio punho do cientista, descreve como “muito alta” a árvore da qual coletou os frutos e que se localiza próximo à Estrada de Aldeia.
Popularmente conhecido como canudo-de-cachimbo, o fruto é do tipo pixídio, formado por uma cápsula que abriga as sementes. O nome é uma referência ao uso como fornilho, parte do cachimbo onde se coloca o tabaco. “Há registros etnográficos dessa prática por parte dos índios”, diz a curadora do herbário do IPA, Rita de Cássia Pereira.
O segundo e último a encontrar o jequitibá em Pernambuco foi o botânico paraibano Dárdano de Andrade Lima (1919-1981). Curador do herbário do IPA na época, ele voltou a Paudalho para coletar flores. É que uma exsicata, amostra desidratada de uma planta para depósito em herbário, geralmente se constitui de ramos com folhas, flores e frutos.
Dárdano recolheu um ramo florido de um jequitibá do Engenho Itaboraí, no dia 26 de março. “Casca rugosa com fendas longitudinais, flores cremes com estrias vermelhas no centro” é a descrição do renomado botânico. E completa: “árvore muito freqüente na área”.
Rita de Cássia não só retornou ao Engenho Itaboraí como procurou o jequitibá em outros locais. A pesquisadora, que defendeu tese de doutorado em botânica pela UFRPE sobre plantas da mata atlântica em extinção, faz pesquisas sistemáticas nas florestas do Nordeste desde 1979. “Nunca vi um jequitibá na natureza”, lamenta.
O único registro da botânica foram dois exemplares da espécie, cientificamente chamada Cariniana legalis, em Poção, no Agreste, a 240 quilômetros do Recife. “Mas não são nativos. Estão plantados num santuário, cada um posicionado cuidadosamente ao lado de uma imagem”, diz. O local é cimentado, impedindo que frutos alcancem o solo para dar origem a outros jequitibás.
A botânica aponta como principal causa da extinção do jequitibá a expansão da fronteira agrícola. “O Pro-álcool (Programa Nacional do Álcool) acabou com o que ainda restava e hoje a mata atlântica está reduzida a ilhas contornadas por plantações de cana-de-açúcar.”
Também chamada de pau-carga ou jequitibá-branco, a árvore era originalmente distribuída de São Paulo a Pernambuco. Floresce de novembro a fevereiro. As sementes, aladas, são dispersas pelo vento.
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